Sem parecer do IAT, vereadores de Foz discutirão se vão obrigar a soltura da maior praga da Bacia do Paraná

Aos olhos da ciência, a proposta apresentada pelo vereador (que está cassado em 1ª instância pelo TRE, mas que continua no cargo) é uma verdadeira estupidez

Ilustração;CMFI/Divulgação

“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho muita certeza”,

do físico e teórico alemão Albert Einstein, o maior gênio da humanidade.

A Câmara de Foz do Iguaçu abre o debate nesta sexta-feira, 12 de agosto, às 9 horas, sobre o projeto de lei (172/2021) que trata da regulamentação da pesca do tucunaré em águas do Lago de Itaipu, nos limites de Foz do Iguaçu, mas sem que haja qualquer parecer do Instituto Água e Terra do Paraná (IAT), o responsável por essa área, que deveria ser consultado, antes de tudo.

O projeto de Lei, de autoria do vereador Maninho (cassado pelo TRE em 1ª instância, mas que, devido a recursos jurídicos, continua no cargo), quer que os pescadores soltem as espécies capturadas, sob a alegação de que o tucunaré contribui para atividade turística.

Na verdade, o tucunaré, originário da Bacia Amazônica, se tornou uma verdadeira praga na Bacia do Paraná, assim como o javali no Brasil, porque vem dizimando as espécies nativas, devido à sua ferocidade e à falta de um predador natural para controlar a sua proliferação. Se alguém tem alguma dúvida sobre isso, clique aqui e/ou aqui.

Pior: o próprio IAT alerta que espécies exóticas invasoras (entre elas o tucunaré na Bacia do Paraná) são consideradas a segunda maior causa mundial de perda de biodiversidade e a primeira causa em ilhas e Unidades de Conservação.

Ou seja: para o bem do meio ambiente, essa espécie tem de ser erradicada dos rios do Paraná. Ou melhor ainda: deve ser pescada e consumida, mas jamais solta.

Vale ressaltar que, segundo o Artigo 9º da Legislação do Paraná que regulamenta o assunto, “é vedada a soltura de espécies exóticas e invasoras, em ambientes aquáticos e em trechos livres de rios”, conforme pode ser conferido aqui.

Traduzindo: quem solta tucunaré na Bacia do Paraná, devido a essa determinação, está cometendo um crime ambiental, quer queira ou não.

Portanto, aos olhos da ciência, tal proposta é uma verdadeira estupidez, pois contraria tudo o que os cientistas que estudam o assunto já descobriram.

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