“Sexo, farra e contrabando na Ponte da Amizade”, mancheteia jornal de Ciudad del Este

Foto: Diário Vanguardia.

O título pode ser um pouco exagerado, mas é assim que o Diário Vanguardia, de Ciudad del Este, denuncia a situação da Ponte da Amizade, no lado paraguaio.

O jornal abre dizendo que “o descontrole converteu a zona primária da Ponte da Amizade em uma zona liberada para todo tipo de ilícitos e desordem”.

E conta que “furgões, carros e motos passam em comboio com os produtos proibidos (de entrar no Paraguai, comprados no Brasil)”. Só uns poucos, segundo o jornal, são detidos pela fiscalização, apenas como “cortina de fumaça”.

Enquanto isso, no mirante de fiscalização, “há vestígios de farra com abundantes bebidas alcoólicas, restos de preservativos e até colchões e cobertores”.

O jornal diz que centenas de administradores já passaram pela Aduana paraguaia, mas a situação nunca mudou, apenas o “modus operandi” dos que entram no país com mercadorias compradas no Brasil.

“Antes, os aduaneiros e militares da Base Naval ficavam na ponte e recebiam o dinheiro diretamente dos contrabandistas. Depois, mudaram de estratégia e a propina é paga em outros locais.”

O sistema é simples: pelo número das placas dos veículos, os fiscais identificam os contrabandistas que pagam propina, liberados sem vistoria. Os contrabandistas usam campanas para avisar se houve mudança de funcionários na pista, “pois cada grupo tem ‘sua equipe'”, diz o Vanguardia. Quer dizer, precisam saber se é o “funcionário amigo” que está na pista.

“Quando ocorre mudança nas chefias, os controles se acentuam por alguns dias, mas em pouco tempo volta o carnaval de contrabando”. O jornal constatou que ontem, 13, “os furgões passavam em comboio e nenhum foi

Foto: Diário Vanguardia

revistado”.

“Sexo e farra”

Diz o Vanguardia que “o descontrole e a acefalia na Ponte da Amizade não se refletem só no incessante contrabando”.

No mirante de fiscalização, os jornalistas do Vanguardia viram grande quantidade de garrafas e latas de cerveja, ao lado de uma churrasqueira e carvão, num dos terraços dos escritórios.

“Em outros setores de vigia havia um colchão, um cobertor e até preservativos usados”.

Conclui o Vanguardia: “É o fiel reflexo do relaxo em um dos pontos aduaneiros mais importantes do país”.

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