Sextou!

Foto ilustrativa: Pixabay

*Por Carlos Roberto de Oliveira

Em uma língua rica e bela como a portuguesa, embora não tão valorizada como deveria sê-lo, primeiro devido ao excesso de estrangeirismo com sua estética duvidosa, depois pelo desleixo em não querer bem utilizá-la, como se tentar falar e escrever corretamente fosse um crime, surgem, às vezes, palavras novas e desconhecidas chamadas neologismos, que, no caso brasileiro, bem caracterizam a criatividade de uma gente harmonizada com sua espirituosidade.

E dentre essas palavras, uma que se incorporou ao processo dialético tupiniquim foi o “sextou”, palavra que traz, em sua essência, um novo conceito quanto à expectativa da chegada do fim de semana, onde o principal motivo é a sensação de liberdade.

O enquadramento gramatical de uma expressão oriunda de um substantivo composto – a sexta-feira – o “sextou”, não cabe como um verbo conjugado na 3ª pessoa do singular do pretérito, até porque ele é presente.

Sua classificação mais adequada seria o de um adverbio de afirmação, pois não deixa de ser uma exclamação de alegria de uma gente que teima em ser feliz.

Então, aquele dia da semana que simplesmente precedia o outro onde tudo acontece – o sábado – definitivamente veio para, parodiando o poeta, justificar que tudo vale a pena quando a alma não é pequena, e com a certeza de que o espaço ainda é para todos na busca de emoções perdidas ou esquecidas.

E salve o “Sextou”!

*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu

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