O que sobra no Paraguai é entusiasmo no governo. E otimismo, claro. E isto se reflete em matérias positivas na mídia internacional.
A própria diretora do FMI, Christine Lagarde, destacou entre suas impressões sobre o Paraguai o otimismo das pessoas com quem teve contato, dentro e fora do governo.
Pelo menos dois ministros paraguaios se destacam na arte de “vender” o país aos investidores internacionais: a ministra da Fazenda, Lea Gimenez, e o ministro de Indústria e Comércio, Gustavo Leite.
Ela, única mulher no cargo de finanças dos governos da América Latina, é considerada a maior responsável pelo clima de estabilidade macroeconômica do Paraguai e pelo crescimento continuado da economia nos últimos anos.
Ele, é elogiado por saber trabalhar os programas de atração de empresas estrangeiras, em especial a Lei de Maquila, para atrair indústrias que querem exportar para seus países de origem (Brasil, por exemplo).
Gustavo Leite é também um bom criador de slogans para o Paraguai, como o de que o país representa “a nova China para o Brasil” ou que vai se transformar na “fábrica da região”.
E ganha espaço na imprensa internacional como nunca. Mas sempre bem embasado.
A última entrevista que ele deu foi para a agência Sputnik, da Rússia, quando mais uma vez falou sobre os “motores” do Paraguai, que funcionam a contento.
Esses motores são quatro (e não três, como o Não Viu? informou recentemente): alimentos para o mundo, fábricas para a região, centro logístico no meio do continente e indústria florestal.
Sobre o primeiro motor, a produção agrícola, ele diz que houve um crescimento de 60% nas exportações dos últimos quatro anos, em relação ao período 2008-2012; o segundo motor, a indústria, teve um crescimento nas exportações de 400% no período; o terceiro, a logística, experimentou um aumento de barcaças do transporte hidroviário de 1.600 para 2.700, de 2013 pra cá, enquanto o Paraguai ainda tem todo um potencial de crescimento com a criação de um corredor graneleiro entre Concepción e o Mato Grosso do Sul.
Já o último motor, a indústria florestal, é o mais incipiente, mas no início do mês foi incluído na agenda de investimentos entre o Paraguai e a Grã-Bretanha.
Os trunfos do Paraguai, segundo Gustavo Leite: baixos impostos, baixo custo da eletricidade, mão de obra jovem e um regime de trabalho atraente para o investidor.
Parece que são itens em falta no mercado brasileiro, fora ou dentro do governo. Mas o que mais falta, mesmo, é otimismo e entusiasmo (dentro e fora).