Sofisticação alienada
*Por Carlos Roberto de Oliveira
Final de tarde e início de noite de uma sexta-feira de inverno cujo frio, exagerado, expunha todo seu potencial, como que querendo sugerir, levando-se em conta a estação, a se tomar um bom conhaque com todo o ritual de aquecer o cálice com a palma da mão para valorizar seu aroma.
O corpo e a alma, por certo, agradeceriam.
E o cantinho aconchegante de um espaço que bem conhecia, onde o garçom não precisava ser chamado, porém opinava, a ideia de um conhaque foi bem aceita.
Tudo transcorria normalmente, até que, em determinado momento, excessivamente motivados, um grupo composto por três pessoas, acomodando-se em uma mesa desviaram a atenção para um outro enfoque, um smartphone de última geração para ser devidamente explorado seus recursos.
Nada contra, afinal as transformações que a tecnologia promove, interferindo diretamente no dia a dia de cada um, além de útil é, atualmente, indispensável.
Esperava-se, pelo entusiasmo demonstrado, que o que viam e ouviam fosse algo que não interferisse no som ambiente oferecido pelo espaço onde se encontravam um bom número de pessoas, disciplinadamente sentadas e respeitando o distanciamento social.
A frustração, porém, foi quanto à falta de discernimento e, por que não, de respeito pela forma utilizada na divulgação da matéria virtual que emanava daquele aparelho digital de última geração, pois, alto e bom som, cantaram uma “cancão” que dizia, poeticamente: CANETA AZUL! AZUL CANETA, CANETA AZUL TÁ MARCADA COM MINHA LETRA.
É …
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu