Como dizem, papel aceita tudo. Até projeto que nunca vai sair dele, papel.
É o caso do ramal ferroviário entre Cascavel e Foz do Iguaçu, agora incluído pelo governo do Estado num “estudo de viabilidade”, dentro do projeto de expansão ferroviária que prevê (sempre no papel) a ligação entre o Porto de Paranaguá e o município de Dourados, no Mato Grosso do Sul.
Quando foi anunciado o projeto que ligaria Cascavel a Dourados, houve algum chororô por aqui. É que, antigamente, falava-se numa extensão pra cá que atenderia inclusive os produtores paraguaios.
Quando o chororô aumentou, imediatamente veio a solução: incluir o ramal da Ferroeste entre Cascavel e Foz do Iguaçu no tal estudo de viabilidade.
Ferroeste é a estatal paranaense à qual pertence o trecho ferroviário entre Cascavel e Guarapuava. Como é do governo do Estado, a empresa pode prometer tudo. Afinal, é só mais papel.
Mas não dá pra acreditar em promessas, ainda mais em fim de mandato de governador.
O projeto da nova ferrovia ligando Cascavel a Dourados, que inclui a revitalização do trecho entre Cascavel e Guarapuava, prevê um custo de R$ 10 bilhões. É muito dinheiro.
Porém, o fato é que sucessivos candidatos a governador fizeram promessas de expansão ferroviária no Paraná, que ficaram sempre onde começaram: no papel. Ou no gogó.
Pra ficar numa data encontrável no Google, em 2008 – há dez anos! – o então governador Roberto Requião autorizou a Ferroeste a iniciar estudos de viabilidade técnica e econômica da expansão do trecho Guarapuava-Cascavel, para ligar o Paraná ao… sul do Mato Grosso do Sul (bingo!).
Estudos demorados, não? Agora, começa tudo de novo. Mas, daí, muda o governador, mudam as prioridades, e as ferrovias no Paraná vão perdendo cada vez mais espaço.
É pena! Por isso, fica a lição, mais uma vez: não acredite em promessas. Só em atos.
Rodovias
Aliás, aliás, aliás… (vale bem ressalvar), o programa de governo do governador Beto Richa, em 2014, incluía algumas obras que nos interessam diretamente: a duplicação da BR-277 entre Matelândia e Cascavel, que eliminaria alguns dos mais perigosos trechos daquela estrada; e a duplicação entre Guarapuava e Relógio.
Pra não dizer que não foi feito nada na BR-277, foram oito quilômetros em Guarapuava, 19,7 km em Medianeira e 0,9 km em Palmeira. Loooooonge do prometido!