O transporte ilegal é um problema que ocorre há anos na fronteira paraguaia, entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu. Os veículos ilegais usados no transporte, conhecidos como “mau”, operam sem as devidas autorizações, prejudicam os trabalhadores do setor por causa da concorrência desleal, e representam riscos para a segurança dos passageiros.
Os veículos que operam irregularmente oferecem serviços a preços mais baixos, o que acaba atraindo turistas e residentes. No entanto, muitos circulam em péssimas condições, sem seguro e com motoristas que na maioria das vezes não têm qualificação.
“É impressionante a concorrência desleal, e as autoridades municipais não dizem nada, nem os nossos dirigentes. Ninguém reage e eu sozinho não posso fazer nada”, disse o taxista paraguaio, Valerio Martínez, que é ligado a um sindicato da categoria.
Martínez contou que a categoria tem cada vez menos trabalho e que por causa disso, muitos motoristas estão buscando outra ocupação. “Dos 2.200 veículos autorizados a fazer o transporte de passageiros, cerca de 1.000 estão operando”, falou.
Nos últimos anos, foram registrados vários casos de agressões e roubos a passageiros e a situação preocupa os transportadores legais, que exigem que as autoridades tomem medidas para acabar com essa situação.
Parceria – De acordo com a prefeitura de Ciudad del Este, recentemente foi feito contato com representantes do Foztrans – Instituto de Trânsito de Foz do Iguaçu, órgão municipal responsável pela gestão e fiscalização dos serviços de transporte. O objetivo é desenvolver um trabalho conjunto para fiscalizar e controlar o transporte de passageiros nas duas cidades fronteiriças. A fiscalização vai englobar veículos com placas paraguaias e também brasileiras.
O diretor de Transportes, Dyorgenes Villar da Silva, disse ao NãoViu? que, inicialmente, o Foztrans irá disponibilizar as datas de fiscalizações que serão realizadas aqui em Foz, para que as autoridades do Paraguai possam atuar da mesma forma do outro lado da fronteira.
“Solicitamos informações sobre a documentação que eles exigem no Paraguai e sobre os procedimentos adotados para fiscalização de motos, vans, táxis, veículos do turismo e carros de passeio, para que isso facilite a nossa atuação, disse ele”.
Silva também informou que as autoridades paraguaias pretendem compartilhar com os agentes brasileiros, um aplicativo que está sendo implementado e que irá facilitar a conferência dos dados dos veículos paraguaios utilizados no transporte de passageiros, sempre que eles circularem do lado de cá da fronteira.
“Ainda não há nada formal que indique a celebração de um convênio ou algo do tipo. São conversas iniciais para que os municípios trabalhem em conjunto e consigam diminuir a circulação de veículos irregulares aqui na fronteira”, esclareceu.
Não Viu com informações do Última Hora