Segundo matéria do jornal Última Hora, o traficante disse ao jornalista americano que, ao se ver encurralado no Brasil, decidiu instalar-se, como “única opção”, no Paraguai.
Na reportagem publicada no New York Times, nesta sexta-feira (4), na versão em espanhol, Ernesto Londoño narra que Marcello Piloto contou que, graças a subornos pagos a altos mandantes da Polícia, vivia no Paraguai como num paraíso.
O traficante disse que pagou a um chefe de polícia US$ 100 mil para estabelecer suas regras e gerar confiança, e que desembolsava, mensalmente, US$ 5 mil para o alto comando policial e US$ 2 mil para os de menor cargo.
Última Hora lembra que Marcelo Piloto, em entrevista coletiva enquanto estava no Paraguai, contou que pagava ao comissário Abel Cañete, então chefe da polícia de Alto Paraná, para ser informado sobre as operações programadas para prendê-lo.
A reportagem do New York Times também fala sobre a morte da jovem Lidia Meza, morta pelas mãos do traficante, um dos líderes do PCC no Paraguai.
Segundo o jornal de Nova York apurou, a jovem recebeu dele a promessa de pagamento de US$ 200 para que fosse à prisão da Polícia Nacional. Marcelo conheceu a jovem, diz o NYT, por meio de uma página de Internet que recruta mulheres para a prostituição.
Ernesto Londoño disse que a entrevista com Marcelo Piloto e os casos que aconteceram posteriormente, como a morte de Lidia, foram particularmente cruéis e o deixaram mais impressionado do que em qualquer cobertura de guerra.