O escritório da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) de Salto del Guairá foi fechado e todos os seus integrantes foram encaminhados a Assunção, depois da descoberta de que supostamente cobravam propinas de uma rede de traficantes desbaratada esta semana.
Os traficantes, presos na quarta-feira (1), pagavam milhões de guaranis em propinas a autoridades políticas, judiciais e das forças de segurança, noticia o jornal ABC Color.
A rede de traficantes, que enviava maconha ao Brasil em lanchas rápidas que cruzavam o Rio Paraná, foi desarticulada depois de cinco operações em que acabaram detidos o ex-militar Jorge Daniel Zorrilla Vera, o ex-policial Miguel Ángel Torres Ramírez, o assistente fiscal Wilson Gauto Campuzano e os suspeitos de financiar as operações, Flaviano Giménez e seu filho Flavio Junior Giménez Spaini.
Numa das operações, atrás da Aduana de Salto del Guairá, além de 16 toneladas de maconha, foi encontrada uma detalhada lista de pagamentos de propinas que os traficantes faziam a quase todas as autoridades de segurança locais, pra traficar sem riscos.
Entre as instituições incluídas na lista de propinas, estão a Marinha, a Aduana, postos policiais e até os agentes especiais da Senad em Salto del Guairá.
Exatamente pela suspeita de que havia envolvimento desses funcionários, a operação foi executada por agentes da Unidade de Investigação Sensível da Senad (formada por agentes especiais e policiais), de Assunção, para evitar vazamento de informações.