Um certo tipo urbano

Não era um vagabundo, só alguém que precisava de uma atenção, sem preconceitos

Em uma dessas manhãs cuja exclamação de que a beleza não se diz, a beleza é, a natureza extrapolou em sua capacidade de motivar a valorização da vida, quando, graciosamente, distribuía uma energia positiva cuja sensação de quem a recebia só podia ser de agradecimento, isto pelo ensinamento que transmitia quanto ao discernimento relacionado à arte de viver e, mais importante, sem qualquer proselitismo, seja político ou religioso.

Com os raios solares recém aparecendo àquela hora, já irradiando uma energia térmica agradável, um personagem impar surgiu ao levantar-se, espreguiçando de uma cama improvisada ao rés do chão com papelão e isopor, manifestando seu “Bom dia” às pessoas que por ele passava e as convidando para um cafezinho imaginário.

E o fazia com leveza e simpatia.

E o resultado não poderia ser outro, foi convidado não só para tomar um cafezinho como se fazer acompanhar de um lanche.

Feliz, e com um largo sorriso, agradeceu pelo gesto e recolhendo seu saco com o material reciclável que carregava – papelão e isopor – disse, agora ao trabalho, e lá se foi.

Não era um vagabundo, só alguém que precisava de uma atenção, sem preconceitos.

Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu

Sair da versão mobile