Um policial morreu e outros 12 ficaram feridos durante operação na maior penitenciária paraguaia

Mais de dois mil policiais e militares participam da Operação Veneratio, na penitenciária de Tacumbú, em Assunção

Foto: Polícia Nacional

Hoje (18) cedo, o comissário Nímio Cardozo confirmou a morte do suboficial assistente do Grupo Lince, Martín Mendoza. Ele foi gravemente ferido durante a operação na Penitenciária.

Mendoza chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Rigoberto Caballero. A Polícia Nacional do Paraguai decretou luto oficial.

Até o fim da manhã, havia outros 12 policiais e dois soldados feridos.

A diretora de Coordenação de Hospitais Especializados, Ana Collante, informou para a rádio Monumental 1080 AM, que sete presos também sofreram ferimentos e foram encaminhados para hospitais.

Clã Rotela – O objetivo da operação era transferir cerca de 700 presos, incluindo Armando Javier Rotela, líder do clã familiar que controla a penitenciária. Porém a informação “vazou” e os presos desencadearam um motim.

De acordo com comissário Nímio Cardozo, o líder do “Clá Rotela”, Armando Javier Rotela, utilizou uma mulher grávida como escudo para evitar a transferência dele durante a operação.

Rotela se escondeu usando uma mulher grávida como escudo, mas acabou sendo detido. A mulher não foi ferida. Durante a operação foram apreendidos combustível, armas e explosivos. O Estado paraguaio respeitou os direitos humanos e não negociará com criminosos”, afirmou Cardozo em entrevista ao programa “Arriba Hoy” transmitido pelo canal GEN e Universo 970 AM/Nación Media.

Segundo as informações compartilhadas pelos meios de comunicação, Rotela será transferido para a sede da Força de Operações Policiais Especiais (Fope) e posteriormente para o Presídio Militar de Viñas Cué.

Na operação, o assassino do clã e braço direito de Rotela, Milciades Prieto, vulgo “Pacú”, também foi recapturado. Ambos estavam em uma ala da penitenciária chamada de “A Selva”. O líder do clã Rotela quis negociar, mas foi encurralado e neutralizado.

Transferência – O Ministério Público informou que cerca de 300 presos já foram retirados do presídio de Tacumbú e transferidos para outras penitenciárias do país.

O vice-ministro de Política Criminal, Rodrigo Nicora, informou que os presos serão encaminhados para as penitenciárias de Coronel Oviedo, Concepción, Misiones, San Pedro, Emboscada Padre de La Vega e Villarrica.

Eles vão ser encaminhados de acordo com o perfil e a periculosidade de cada um, até atingirmos a meta de 700 presos. Os transferidos são aqueles que têm condenações e também fazem parte de grupos criminosos”, comentou.

Barril de pólvora – Essa não foi a primeira vez que a situação ficou tensa em Tacumbú. No último mês de outubro, os detentos fizerem 11 guardas reféns e incendiaram parte da estrutura da penitenciária.  Depois de 15 horas de negociações, os próprios presos – integrantes do Clã Rotela, libertaram os guardas.

Em 2021, por exemplo, um motim envolvendo integrantes do crime organizado deixou sete mortos. Três deles foram decapitados na rebelião, que mostrou o poder das organizações criminosas nas penitenciárias do país vizinho.

Tacumbú é o presídio mais antigo do Paraguai. Está instalado em uma área de cerca de 10 hectares perto do centro de Assunção.

Com informações do La Nación, Última Hora e GEN, Universo 970 AM e Rádio Monumental 1080 AM

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