Uma “conversa” franca entre “2020 e 2021”

"Estou estou chegando ao local e vejo dois sujeitos típicos, 2020 e 2021, já começando a discutir"

Ilustração: Pixabay

Feliz Ano Novo…Será?

*Por Carlos Galetti

Antes do almoço, indo pra casa, resolvo tomar uma saideira no Bar do Dantas, quem não sabe, vai a dica: República Argentina, centro para a Praça da Bíblia, após o Campo do ABC, primeira rua à direita, entrou na rua, o primeiro comércio à direita.

Aliás fácil identificar, é um dos poucos que respeita a distância de segurança, 5m entre as mesas e 2m entre as pessoas.

Estou chegando ao local e vejo dois sujeitos típicos, 2020 e 2021, já começando a discutir, coisas de diferença de pontos de vista. Logo os reconheci, pois 2020 estava mais gordo, ar de cansado e irritadiço; enquanto 2021 estava mais viçoso, ar mais bem aparentado, mas algo pretensioso.

Interrompi o colóquio, fi-los sentarem-se à minha mesa, repreendendo-os, pois afinal não seria de bom exemplo ficarem discutindo em via pública, lavando a roupa suja diante dos pobres mortais.

– Vamos, de forma discreta, expor as diferenças e tentar resolvê-las da melhor maneira?, indaguei.

Ambos concordaram, aceitando o meu oferecimento, optando, ambos, por água mineral com gás. Eu, claro, como bom filho de Deus, optei por uma loira gelada, aquela do Zeca Pagodinho.

Esclarecido que fui, notei que a diferença de ambos residia no fato de que 2020 achava que sua missão praticamente terminara, enquanto 2021 defendia a tese de que a crise pertencia a 2020.

Intervi, colocando que ambos tinham suas responsabilidades, quem entrava e quem saía, não havia aquela de abandonar o barco, deveriam se ajudar, compartilhar os problemas e as alegrias.

Pensei ter ajudado, mas algo perdurava no ar, o trabalho não estaria completo, aquelas duas cabeças ainda matutavam algo.

Pensei, com uma pergunta vou matar essa questão. Perguntei: – De quem será o legado da Pandemia?

Acrescentando antes que respondessem.

– Não vamos ficar no jogo de empurra que os encontrei, quero uma resposta plausível.

Ambos explicaram que, dentro da ideia esboçada, o problema e a busca da solução seria responsabilidade deles.

Confesso que fiquei satisfeito, ambos estavam suficientemente amadurecidos para dar continuidade ao processo. Tinham a noção das suas responsabilidades, do que cabia a cada um.

Diante disso, desejei aos queridos amigos sorte e pedi mais uma… Aquela do Zeca. Tenho que ir almoçar ou a mulher vai reclamar… De novo?

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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