Uma nova esperança? Medicamento testado pela UNILA reverteu déficit de memória de idoso com Alzheimer

Foto: Pixabay

Cannabis sativa, conhecida popularmente como a planta da maconha, carrega controvérsias e estigmas que têm dificultado estudos, focados em buscar dados científicos sobre suas propriedades medicinais.

Apesar das barreiras, pesquisas como as conduzidas pelo Laboratório de Neurofarmacologia Clínica da UNILA têm apontado para o potencial dos canabinoides – substâncias encontradas na Cannabis – no tratamento de pacientes com patologias neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.

Um novo estudo, em andamento na universidade, propõe buscar evidências científicas mais aprofundadas sobre a hipótese de que canabinoides THC (tetrahidrocanabinol) e CBD (canabidiol) podem contribuir na melhora das condições de saúde de pessoas com Alzheimer.

“Vamos avaliar, durante um ano, tanto se a Cannabis pode recuperar a cognição do paciente, déficit de memória, como também se a Cannabis é capaz de reduzir a progressão da doença”, segundo o docente de Medicina e Biociências da UNILA Francisney Nascimento, coordenador do estudo.

O estudo vai trabalhar com os canabinoides CBD e, em maior quantidade, THC, já que estudos com animais apontaram para uma melhora no restabelecimento da memória, a partir de novos brotamentos neuronais, ou seja, com a produção de novos neurônios.

E já há dados científicos, produzidos na UNILA, que podem gerar um otimismo nessa aposta.

O Laboratório de Neurofarmacologia Clínica da universidade realizou uma pesquisa com um paciente de 75 anos, com Alzheimer, na qual se verificou que, com uma dose baixa de canabinoides, seu déficit de memória foi revertido e, hoje, ele apresenta uma performance de memória e cognição semelhante à de um paciente de sua idade, sem a doença.

A nova pesquisa em andamento amplia o número de pacientes e traz traços de ineditismo, em comparação a outros poucos estudos, por adotar “padrão ouro”, utilizar extrato da planta (com espectro amplo) – e não substâncias isoladas –, além de trabalhar com doses e avaliações cognitivas e bioquímicas por um período mais longo, de um ano.

Veja na tabela abaixo como vai ser feito esses estudos em humanos.

Os interessados que quiserem obter mais informações ou participar da pesquisa podem entrar em contato pelos canais abaixo:

Com informações da UNILA

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