Uma Pantera em minha vida
*Por Carlos Galetti
Simplesmente indescritível, seus olhos verdes que aprofundam quando olha, dando a nítida impressão que penetrará você até a profundidade do âmago do seu ser.
Seu andar elegante deixa-nos um tanto quanto sufocados, parecendo que a qualquer momento vai parar e olhar em nossa direção, dando ensejo a acontecimentos verdadeiramente estonteantes.
O silêncio é ensurdecedor, fazendo com que nos comportemos tal qual surdos em processo de querer ouvir algo, mas não logrando êxito, ficamos incólumes, mergulhados no comportamento confuso e desesperado.
Nunca pensei acontecer tal coisa, sempre tão seguro, tão senhor de minhas ações, dominador das mais complicadas situações, estou pensativo, temeroso, inseguro e apreensivo.
Ela, sempre dominadora, permanece calada, somente algumas vezes esboçando, um, um… gemido.
É sempre assim quando chego na edícula para escrever, ligo o computador e vem pra perto. Às vezes chega a dar impressão que quer escrever comigo, até concluir que preciso brincar um pouco com a “bichana”.
Seu nome é Pantera, tem paixão por mim e, não posso negar, que gosto muito dela. Como já disse em determinadas oportunidades, temos nove gatos em casa, sendo que a pantera me adotou e eu a ela.
Rola um certo ciúme por parte das outras fêmeas, algumas vezes chega a rolar alguns arranhões, uns chega pra lá, uns quebra paus. Enquanto isso, vou enfrentado a situação com compreensão e paciência.
Lá vem ela de novo, hoje foi a escritora, não passei de um mero descritor, a artista principal foi a minha gata preta, pelo lustroso, olhar esverdeado, cheia de meiguice e carinho, mas só comigo; aos outros, arranhões.
Pronto! Já está ao lado do computador, acabou o meu sossego. Quer conversar, dar opinião sobre o texto, expor seu ponto de vista sobre o comportamento dos demais, procurando justificar sua violência, muitas vezes injustificada.
Não vou mais discutir, perda de tempo. Tem muita personalidade, teimosa como toda mulher. Miau… miau pra você também.
Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.