Uma Rua chamada “das Flores”

Rua das Flores em Curitiba. Foto: Pixabay

Uma Rua chamada “das Flores”

*Por Carlos Roberto de Oliveira

O status de rua temática confere-lhe um charme, cuja proposição sugere encontros por quem por ela circule de um lado para outro.

Embora a leveza do espaço, a pressa de muitos e a timidez de alguns, especialmente naquele horário quando a tarde começa seu ciclo do dia, contribuía negativamente para algo que faz a diferença, em um processo de interação social e que é representado pela espontaneidade de um sorriso.

Fato esse revertido na forma de criatividade, sensibilidade e até um pouco de irreverência de personagens anônimos que, envolvidos em suas atribuições pela sobrevivência, agregam um toque de dignidade e alegria à arte de se comunicar, encarando com naturalidade a afetação e indiferença de quem, alheios a emoções, simplesmente caminhavam.

Naquela atmosfera, e entre aqueles diferentes, a figura de uma musa materializada como uma estátua humana, lembrando uma deusa grega a despertar a libido.

Bem próximo dela podia-se ouvir, na interpretação de um jovem violinista, que se sabe lá de onde aparecera, a execução de uma composição musical cujo som esparramava pelo ar os acordes de uma belíssima composição musical, o “Bolero de Ravel”.

Até então inerte, a bela jovem toda prateada, como despertando de um sono profundo, graciosamente se põe em movimento, quando ouve de alguém um convite para dançar, ali mesmo na rua.

Formaram um belo par.

Corroborando com a máxima de que aquela rua realmente emana uma energia altamente positiva, seu nome outro não lhe soaria melhor do que aquele que lhe conferiram, Rua das Flores.

Não só Curitiba gradece como todos que a visitam.

Sem qualquer saudosismo exacerbado, e em um daqueles barzinhos ali existentes, aboleta-se em uma das mesas colocadas na calçada e lembrando-se de seu tempo de estudante, quando muito poderia tomar um refrigerante, pede ao garçom, não sem antes agradecer baixinho consigo mesmo, um pernil com queijo e verde… e para acompanhar, bem, muitos chopes com colarinho… afinal estava em férias.

*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu

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