Universidade de Foz cria uma nova vacina, só que para peixes

"A vacina é necessária para reduzir o número de mortes de pescado nos tanques de produção", diz o pesquisador

Teste de vacinação de peixe tilápia, por pesquisadores da UNILA. Foto: divulgação

Um dos peixes mais consumidos no Brasil, a tilápia, está sendo objeto de estudo de uma pesquisa da UNILA (Universidade Federal de Integração Latino- Americana), sediada em Foz do Iguaçu, intitulada Desenvolvimento de uma vacina bivalente nacional para a tilapicultura.

Os resultados parciais desse estudo apontam para uma diminuição de mortes de peixes que receberam a vacina desenvolvida pelos pesquisadores da Universidade.

Iniciada em 2018 e com previsão de término neste mês de fevereiro, a pesquisa é coordenada por Kelvinson Viana, professor do curso de Biotecnologia da UNILA e pesquisador em Bioengenharia para o desenvolvimento de vacinas.

O estudo conduzido pelo docente envolve o desenvolvimento de uma vacina bivalente inativada, para proteção de duas doenças bacterianas (estreptococose e aeromonose) que acometem o pescado.

“A vacina é necessária para reduzir o número de mortes de pescado nos tanques de produção, gerando menos prejuízos aos produtores, além de garantir um pescado sem a presença de antibióticos, ou seja, um produto final de melhor qualidade. Além disso, a vacina consegue fazer com que o pescado ganhe mais biomassa, aumentando os rendimentos do produtor”, explica Kelvinson Viana.

A vacina já passou por testes laboratoriais e agora passa por avaliações em testes de larga escala, que estão sendo realizados em tanques de produção no Lago de Itaipu.

Na fase de testes em larga escala, a vacina é aplicada via injeção, como as demais vacinas já disponíveis no mundo para este segmento produtivo.

Segundo Viana, “todas as outras maneiras de vacinar já foram analisadas (vacina na ração ou por banho de imersão), mas não funcionam, somente a injetável, que é mais trabalhosa, mas é eficiente. Em um dia, por exemplo, três pessoas conseguem imunizar em torno de cinco mil cabeças de pescado”, aponta.

Integrantes da equipe de pesquisadores – o professor Kelvinson Viana (esq) e a ex-aluna do mestrado em Biociências Açucena Rivas -, e membros da empresa familiar, Alquimia Pescados, parceira do projeto de pesquisa. Foto: divulgação
Com informações da UNILA
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