Localizada a apenas 90 quilômetros das Cataratas do Iguaçu, a hidrelétrica Baixo Iguaçu deve começar a operar ainda este ano.
O rotor da unidade geradora 3, último grande equipamento que faltava instalar na usina, foi instalado na quinta-feira, 14.
A construção da usina foi sempre uma preocupação dos ambientalistas, principalmente da Argentina. Eles temem que a hidrelétrica possa afetar a paisagem das Cataratas.
A exemplo da usina de Itaipu, Baixo Iguaçu vai operar a “fio d´água”, isto é, com um reservatório suficiente apenas para a operação, sem grande volume de água.
O presidente do consórcio Copel/Neoenergia, José Anchieta, diz que o impacto “é o mínimo possível”. O reservatório tem 13,5 quilômetros quadrados de área, com impacto em 3 mil hectares, “pequeno considerando a dimensão da obra, que é gigantesca e importante para matriz enérgica nacional”, disse ele.
Mas sempre há um impacto, claro. Ainda mais que o Rio Iguaçu é instável ao longo do ano, com períodos de muita água e outros bem pouca. Em períodos de seca, a paisagem das Cataratas muda drasticamente. Com a usina, isso pode se intensificar, mesmo que não a ponto de desfigurar o cartão-postal do Brasil e da Argentina.
De qualquer forma, a usina, além de oferecer energia limpa e renovável, vai contribuir com royalties e também ICMS da energia para os municípios afetados pela construção, Capanema e Capitão Leônidas Marques, além da geração de empregos. No pico das obras, havia 3.100 trabalhadores; agora, são 2.500, nesta fase final da construção.
Para quem está acostumado aos números de Itaipu, a Baixo Iguaçu é uma usina pequena. Sua capacidade instalada é de 350 megawatts, o que equivale à metade de apenas uma das 20 unidades geradoras de Itaipu.
Mesmo assim, ela poderá produzir o suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes, conforme o presidente da Copel, Jonel Yurk.
Em tempos de escassez de energia e com o Brasil quase sempre tendo que recorrer à energia produzida por termelétricas, bem mais cara, a entrada em operação da nova usina é uma boa contribuição para o setor elétrico brasileiro.
Além de integrar a diretoria do Consórcio formado entre as empresas, a Copel assumiu as atividades de Engenharia do Proprietário e foi responsável por monitorar a execução da obra e o cumprimento de cronogramas, controlar os contratos com fornecedores, avaliar do ponto de vista técnico o projeto civil da Usina, acompanhar a fabricação e montagem de equipamentos, entre outras atribuições.
O aproveitamento Baixo Iguaçu é o último empreendimento energético previsto para o principal rio paranaense, onde já operam cinco hidrelétricas de grande porte: Foz do Areia, Segredo, Salto Caxias – todas de propriedade da Copel – mais Salto Osório e Salto Santiago, estas pertencentes à Tractebel. Juntas, elas totalizam 6.674 megawatts de potência instalada.