Veja como o uso de análise balística permitiu elucidar uma chacina no Paraná

O SINAB permite que peritos cadastrem os elementos de munição (estojos e projéteis) relacionados a crimes para formação do Banco Nacional de Perfis Balísticos

Paraná é o primeiro Estado a solucionar crimes por armas de fogo com o auxílio do Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB) Foto: Polícia Científica do Paraná

O Paraná é o primeiro estado do Brasil a auxiliar a elucidação de crimes de homicídio cometidos com armas de fogo por meio do Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e implementado em 2022.

O programa começou a ser utilizado em fevereiro e em abril os peritos da Polícia Científica do Paraná foram capazes de apontar a conexão entra as armas e as munições usadas em dois crimes ocorridos em Curitiba.

O SINAB permite que peritos cadastrem os elementos de munição (estojos e projéteis) relacionados a crimes para formação do Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB). O modelo automatizado ajuda a rastrear munições e as correlações com outros casos para saber se a mesma arma foi utilizada em mais crimes.

1º Crime
Um dos casos está relacionado a uma chacina, ocorrida em fevereiro deste ano, no bairro Portão, na Capital. Sete pessoas estavam dentro de um carro e foram baleadas. Toda a ação foi capturada por câmeras de segurança da região. Dois adultos e duas crianças foram mortas durante a execução e cinco pessoas foram presas relacionados ao caso na ocasião. O material coletado foi periciado e cadastrado no SINAB.

A arma utilizada neste crime apareceu um dia depois. Ela foi apreendida após uma perseguição da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina em um caso distinto. Um menor foi apreendido e um homem escapou na ocasião, mas ambos foram detidos na sequência após a emissão de mandados de prisão. A análise balística corroborou a participação deles. Agora, sete criminosos estão presos por essa chacina e a autoria será indicada no processo que corre junto ao Poder Judiciário.

2º Crime
O outro caso que teve identificação positiva entre a arma e os elementos da munição aconteceu em março de 2021. O caso está relacionado com a execução de um homem no bairro Boqueirão, em Curitiba. Graças ao sistema e ao trabalho dos peritos foi possível identificar qual arma foi usada na execução. A Polícia Civil continua investigando esse crime. Uma pessoa já foi presa.

“As provas técnicas produzidas a partir do perfil nacional balístico são o futuro da investigação no Brasil”, afirma a delegada-chefe da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Paraná, Camila Cecconello, responsável pela investigação dos dois casos.

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