Reportagem do jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira (09), revela que, além da Polícia Federal, agências de inteligência norte-americana apuram a presença do grupo terrorista Hezbollah no Brasil há mais de 30 anos, “sobretudo na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina”.
Segundo o jornal, o grupo terrorista Hezbollah tem interesse na região devido à facilidade de obter de recursos financeiros, documentos falsos e proximidade com grupos de narcotraficantes.
“A região da tríplice fronteira atrai as organizações criminosas em função das diversas casas de câmbio e do forte fluxo de mercadorias que atravessam a alfândega dos três países, entre elas as ilegais, como drogas e armas. O sistema financeiro paralelo é usado em esquemas de corrupção, no narcotráfico e para financiar terrorismo, apontam as investigações”, diz O Globo.
Para ilustrar a preocupação com a tríplice fronteira, a matéria lembra a prisão de um libanês, preso em Foz do Iguaçu, em 2018, após ter sido apontado pelo governo norte-americano como patrocinador da organização Hezbollah.
A prisão dele foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. A PF apontou que ele lavava dinheiro para o grupo radical por meio de cassinos na Argentina. Ele foi extraditado ao Paraguai em 2020 em função de uma denúncia por falsidade ideológica.
A matéria tem como referência o fato de ontem, 8 de novembro, a Polícia Federal ter desencadeado a operação Trapiche, que resultou na prisão temporária, em São Paulo, de dois homens suspeitos de ligação com o grupo terrorista Hezbollah.
Eles são suspeitos de levantar informações sobre sinagogas e centros judaicos que poderiam virar alvos de ataques em represália às ofensivas de Israel em Gaza.