O relatório do Ministério da Saúde Pública do Paraguai com dados sobre diagnósticos positivos de HIV é alarmante em todo o país,
Mas no caso do departamento de Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este, ligada a Foz do Iguaçu, no Brasil, pela Ponte da Amizade, 94,8% dos infectados são adolescentes.
Os registros de gravidez em adolescentes também aumentaram na comparação com anos anteriores.
O médico Arturo Portillo, diretor da Décima Região de Saúde, explicou que o relatório divulgado pelo Ministério da Saúde corresponde às estatísticas do ano de 2022.
De acordo com ele, dos 1.519 diagnósticos registrados no país, 174 correspondem ao departamento. Considerando a taxa populacional, a relação é de 20 casos de HIV por 100 mil habitantes.
Adolescentes – Ainda de acordo com o relatório, do total de diagnósticos de HIV, 165 foram confirmados em menores de 15 anos e seis casos, em maiores de 15 anos.
Portillo afirmou que a incidência é muito alta e que as relações sexuais precoces, sem proteção nesta faixa etária, são o principal fator de propagação do vírus.
“Agora tudo é mais fácil, eles têm encontros passageiros, não se protegem e isso também leva à gravidez na adolescência. Precisamos repensar a educação sexual, já que eles têm relações sexuais cada vez mais cedo”, explicou.
As estatísticas regionais também revelam que do total de casos registrados no Departamento, 10 são em gestantes, o que representa quase 6% dos números levantados na região. Em todo o país, 29,4% dos casos positivos de HIV são em mulheres grávidas.
Atualmente, Alto Paraná é o quinto departamento do país com maior número de casos de HIV positivo. Em primeiro lugar está a região de Assunção, seguida por Amambay, Central e Concepción.
Prevenção e tratamento – O fato de os portadores de HIV serem cada vez mais jovens chama a atenção para a necessidade de se discutir políticas conjuntas de prevenção, envolvendo o Ministério da Saúde e o da Educação.
No Paraguai, o Ministério da Saúde oferece contraceptivos gratuitamente para a população. Basta solicitar em uma Unidade de Saúde Familiar, nos hospitais ou centros de saúde.
E embora o Ministério da Saúde tenha retrovirais para o tratamento dos pacientes que, na maioria das vezes, permanecem assintomáticos e nem fazem ideia de que foram infectados.
Com informações do LaClave