Os paraguaios reclamam da fiscalização no Brasil, mas também se queixam da falta de fiscalização no seu lado, para evitar a entrada ilegal de produtos brasileiros.
Em editorial, o Vanguardia diz que “o ingresso de mercadorias contrabandeadas do Brasil, pela Ponte da Amizade, continua sendo um mal crônico que nenhuma autoridade pôde até hoje combater efetivamente”.
O que entra no Paraguai são frutas, verduras, carnes e produtos industrializados de origem brasileira, que “inundam o mercado local e nacional, causando um grave prejuízo à produção paraguaia”.
Aí, vem a denúncia do jornal: o posto aduaneiro de Ciudad del Este tornou alguns funcionários “multimilionários”. Alguns deles, inclusive, “depois de converter-se em grandes senhores graças ao dinheiro de origem duvidosa, se apoiaram politicamente e acabaram em cadeiras no Congresso”.
E “enquanto os funcionários enriquecem, os produtores empobrecem”, independentemente da mudança no poder, segundo o Vanguardia.
“O governo atual não fez diferença. Como todos os anteriores, prometeu acabar com o mal, mas o que fez foi fazer a rotatividade de altos funcionários nos cargos e a festa continuou”, diz ainda.
A esperança agora é que haja mudanças com a entrada dos novos governantes, em agosto, que seja uma “adminitração patriota que lutará contra um dos sistemas de corrupção mais velhos e prejudiciais entrincheirados no país”, conclui o Vanguardia.